A Missa de Saint-Sécaire
- 27 de nov.
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Você já ouviu falar sobre essa polêmica missa?
A Missa de Saint-Sécaire é considerada um ritual de origem na Gasgonha, na França. O livro "O Ramo de Ouro" (1890), de James George Frazer, contém o relato mais conhecido a respeito dessa missa, as informações teriam sido tiradas do livro "Quatorze superstições populares da Gasconha" (1883), de Jean-François Bladé, e relatam uma Missa Negra como uma espécie de paródia da Missa Católica Romana, incomum com a eucaristia e leva o comparativo de outras missas do gênero.
Esse ritual é popularmente considerado um método para que uma possa injustiçada possa se vingar através da espiritualidade, para isso ela deveria ser celebrada em ruínas de igreja ou ainda uma igreja deserta, exatamente as 11h e celebrada por um padre corrupto que teria apenas sua amante como acompanhante. A missa então seria recitada de trás para frente, terminando precisamente nas últimas 24h.
Os detalhes curiosos revelam uma hóstia triangular e preta, o vinho é substituído por água de um poço no qual uma criança não batizada tivesse sido lançada anteriormente, o sinal da cruz não é feito com as mãos, mas com o pé esquerdo no chão, então o padre pronuncia o nome do alvo que consequentemente tem como punição uma morte rápida se definhando por completo e por causas desconhecidas e incompreendidas pela medicina.
Em "A Magia Negra Não é um Mito", publicado em 1933 na The London Sunday Dispatch, Crowley descreve que:
"A “Missa Negra” é um assunto completamente diferente.
Eu não poderia celebrá-la se eu quisesse, pois eu não sou um sacerdote consagrado da Igreja Cristã.
O celebrante deve ser um sacerdote, pois a ideia toda da prática é de profanar o Sacramento da Eucaristia. Portanto, você deve acreditar na verdade do culto e na eficácia de seu ritual.
Um padre renegado reúne ao seu redor uma congregação de caçadores-de-emoção e fanáticos religiosos; então só assim as cerimônias de profanação podem ser de efeito mágico negro prolongado.
Há muitas formas de abusar do Sacramento. Uma das mais famosas é a “Missa de São Secaire”, cuja finalidade é fazer com que um inimigo definhe.
Nesta “missa”, sempre realizada em algum lugar secreto, de preferência em uma capela abandonada, à meia-noite, o sacerdote aparece com vestes canônicas.
Mas até mesmo em suas vestes há alguma mudança sinistra, uma perversão da sua santidade simbólica.
Há um altar, mas as velas são de cera preta. O crucifixo é fixado de cabeça para baixo.
O sacristão do sacerdote é uma mulher, e seu vestido, embora pareça ser uma peça de roupa da igreja, é mais como uma fantasia em uma revista lasciva. Foi alterada para torná-la indecente.
A cerimônia é uma paródia da Missa ortodoxa, com interpolações blasfemas.
No entanto, o sacerdote deve ser cuidadoso para consagrar a Hóstia da maneira ortodoxa. O vinho foi adulterado com drogas mágicas como a beladona e a verbena, mas o sacerdote deve convertê-lo no sangue de Cristo.
A base terrível da Missa é que o pão e o vinho aprisionaram a Divindade. Então eles são submetidos a terríveis profanações.
(...)
Na forma congregacional da Missa Negra o sacerdote, tendo terminado suas abominações — estas são, francamente, indescritíveis — espalha os fragmentos da Hóstia no chão, e os assistentes catam os fragmentos sujos, cuja posse, acreditam eles, lhes permitirá operar seus projetos mesquinhos e maliciosos.
Minha experiência pessoal mais memorável dos efeitos da magia negra ocorreu quando eu estava morando na Escócia. As maquinações de um membro degradado e marginalizado da Ordem fez com que meus cães morressem, meus criados ficassem insanos. A luta durou até que o retorno da corrente de ódio fez com que o infeliz feiticeiro sucumbisse".




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