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O Tarot de Thoth de Aleister Crowley

  • 2 de fev.
  • 10 min de leitura

Atualizado: 30 de ago.







Esse deck de tarot envolve uma história muito interessante entre Crowley e Harrys. As cartas são baseadas no Liber AL vel Legis (O Livro da Lei), seguindo os ensinamentos thelêmicos.


A confecção e produção levou cerca de cinco anos. E esse tarot envolve inscrições astrológicas, elementares, cabalísticas, keméticas, ocultas, dentre outros detalhes. Para aprender a interpretar verdadeiramente o Tarot de Thoth é necessário muitos estudos para compreender as correlações que ele possui.


O tarot de Thoth é utilizado comumente por ocultistas.


Possui setenta e oito cartas, quatro naipes e as cartas de corte são quatro, e não três como no tradicional, vinte e duas cartas são consideradas trunfos e possuem figuras específicas.


Ele é baseado na Santa Qabalha, a Árvore da Vida (Sephiroth) e gematria: casa letra é também um número e liga a determinadas palavras de ciência equivalente, e as atribuições levam e descrevem a teoria thelêmica (0=2), que "se lê" expansão mágica.





Veja abaixo algumas correspondências:




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No Livro de Thoth a carta XIV ARTE é descrita como:


"Esta carta é o complemento e o cumprimento do Atu VI, Gêmeos. Pertence a Sagitário, o oposto de Gêmeos no zodíaco e, portanto, “segundo uma outra maneira” um com ele. Sagitário significa o arqueiro e a carta é ( sob sua forma mais simples e mais primitiva) um retrato de Diana, a Caçadora.


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Diana é, em primeiro lugar, uma das deusas lunares, embora os romanos tenham produzido uma certa degradação da deusa a partir da “Artemis virgem” grega, que é também a Grande Mãe da Fertilidade, Diana dos efésios, a de muitos seios (uma forma de Ísis - ver Atu II e III). A conexão entre a Lua e a caçadora é indicada pelo formato do arco, e a significação oculta de Sagitário é a seta perfurando o arco-íris; os últimos três caminhos da Árvore da Vida compõem a palavra Qesheth, arcoíris e Sagitário porta a flecha que perfura o arco-íris pois seu caminho conduz da Lua de Yesod ao Sol de Tiphareth (esta explicação é altamente técnica, o que se justifica porque a carta representa uma importante fórmula científica, que não pode ser expressa em linguagem apropriada à compreensão comum). Esta carta representa a consumação do casamento real que ocorreu no Atu VI. Os personagens negro e branco estão agora unidos numa única figura andrógina. Mesmo as abelhas e as serpentes em seus mantos fizeram uma aliança. O leão vermelho tornou-se branco e cresceu em tamanho e importância, enquanto que a águia branca, semelhantemente expandida, tornou-se vermelha. Ele trocou seu sangue vermelho pelo glúten branco dela ( só é possível explicar estes termos a estudantes avançados de alquimia). O equilíbrio e a permuta são efetuados completamente na própria figura: a mulher branca possui agora uma cabeça negra, o rei negro, uma branca. Ela usa a coroa de ouro com uma faixa de prata, ele, a coroa de prata com uma fita de ouro, mas a cabeça branca à direita é prolongada na ação por um braço branco à esquerda que segura a taça do glúten branco, enquanto que a cabeça negra à esquerda tem o braço negro à direita segurando a lança que se tornou uma tocha e verte seu sangue ardente. O fogo queima a água, a água extingue o fogo. O manto da figura é verde, o que simboliza crescimento vegetal: aqui reside uma alegoria alquímica. No simbolismo dos pais da ciência, todos os objetos “reais” eram considerados como mortos; a dificuldade de transmutar os metais era que os metais, como ocorrem na natureza, tinham a natureza de excrementos porque não cresciam. O primeiro problema da alquimia era elevar o mineral à vida vegetal. Os Adeptos acharam que o modo correto de fazer isso era imitar os processos da natureza. Destilação, por exemplo, não era uma operação a ser executada aquecendo-se alguma coisa numa retorta sobre uma chama; tinha que ocorrer naturalmente, mesmo se meses fossem exigidos para consumar a obra (naquele período da civilização meses estavam à disposição das mentes inquiridoras). Muito do que as pessoas consideram hoje ignorância, sendo estas ignorantes do que os homens de outrora pensavam, procede desse mal-entendido. Na base desta carta, por exemplo, são vistos o fogo e a água misturados harmoniosamente. Mas isto é apenas um símbolo rudimentar da idéia espiritual, que é a satisfação do desejo do elemento incompleto de um tipo em satisfazer sua fórmula por assimilação de seu igual e contrário. Este estado da Grande Obra portanto consistia na mistura dos elementos contraditórios num caldeirão. Este é aqui representado como dourado ou solar, porque o Sol é o Pai de toda a Vida e (particularmente) preside a destilação. A fertilidade da Terra é mantida pela chuva e o sol. A chuva é formada por um processo lento e suave e é tornada efetiva pela cooperação do ar, que é ele mesmo alquimicamente o resultado do casamento do fogo e a água. Assim, também a fórmula do prolongamento da vida é morte, ou putrefação. Aqui é simbolizado pelo caput mortuum sobre o caldeirão, um corvo pousado sobre uma caveira. Em termos de agricultura, isto é a terra inculta. Há uma interpretação particular desta carta que é apenas para ser compreendida pelos iniciados do Nono Grau da O.T.O., visto que contém uma fórmula mágicka prática de tal importância que torna impossível sua comunicação aberta. Elevando-se do caldeirão, como resultado da operação aí realizada, vê-se um jorro de luz que se transforma em dois arco-íris que formam a capa da figura andrógina. No centro uma seta aponta para cima. Isto se liga ao simbolismo geral previamente explicado, a espiritualização do resultado da Grande Obra. O arco-íris simboliza, além disso, um outro estágio no processo alquímico. Num certo período, como resultado da putrefação, observa-se um fenômeno de luzes multicoloridas (a “capa de muitas cores” que se dizia ter sido usada por José e Jesus, nas antigas lendas, se refere a isso. Ver também Atu 0, o traje de bufão do Homem Verde, redentor-sonhador). Em síntese, o conjunto desta carta representa o teor oculto do ovo descrito no Atu VI. É a mesma fórmula, mas num estágio mais avançado. A dualidade original foi completamente compensada; mas depois do nascimento vem o crescimento; depois do crescimento, a puberdade, e depois da puberdade, purificação. O estágio final da Grande Obra é, portanto, prenunciado nesta carta. Atrás da figura, estando suas bordas coloridas com o arco-íris que agora emergiu dos arco-íris gêmeos formadores da capa da figura, há uma auréola encerrando a inscrição VISITA INTERIORA TERRAE RECTIFICANDO INVENIES OCCULTUM LAPIDEM (“Visita as partes interiores da terra: pela retificação tu descobrirás a pedra oculta.” Suas iniciais formam a palavra V.I. T. R. I. O. L., o solvente universal, do qual se tratará na seqüência (seu valor é 726 = 6 x 11 = 33 x 22). Essa “pedra oculta” é chamada também de medicina universal. Por vezes é descrita como uma pedra, por vezes como um pó, às vezes como uma tintura. Divide-se novamente em duas formas, o ouro e a prata, o vermelho e o branco, mas sua essência é sempre a mesma e sua natureza só pode ser compreendida pela experiência. É porque os alquimistas lidavam com substâncias na fronteira da “matéria” que compreendê-los é tão difícil. O tema da química e da física modernas é o que eles teriam chamado de estudo das coisas mortas, pois a diferença real entre coisas vivas e mortas é, numa primeira instância, o comportamento delas. As iniciais da divisa alquímica dada acima formam a palavra Vitriol. Isto não tem nada a ver com os sulfatos seja do hidrogênio, do ferro ou do cobre, como poderia ser supor a partir do uso moderno. Representa uma combinação equilibrada dos três princípios alquímicos, enxofre, mercúrio e sal. Estes nomes não têm nenhuma conexão com as substâncias assim denominadas pelo vulgo. Já foram descritos nos Atu I, III e IV. O conselho para “visitar o interior da terra” é uma recapitulação (num plano mais alto) da primeira fórmula da Obra que tem sido o tema tão constante das exposições deste ensaio. A palavra importante na prescrição é a central RECTIFICANDO, que sugere a condução certa da nova substância viva na senda da Vontade Verdadeira. A pedra filosofal, a medicina universal deve ser um talismã de uso em qualquer evento, um veículo completamente elástico e completamente rigoroso da Vontade Verdadeira dos alquimistas. Trata-se de fertilizar e trazer à Vida manifesta o ovo órfico. A seta, tanto nesta carta como no Atu VI, é de suma importância. A seta é, na verdade, o glifo mais simples e mais puro de Mercúrio, sendo o símbolo da Vontade dirigida. Convém enfatizar este fato mediannte uma citação do Quarto Aethyr, LIT, em The Vision and the Voice".



São diversas as interpretações desse arcano, pois nele se encontra o princípio da transmutação, do ressignificar, pode indicar o uso dos recursos disponíveis para transformar a realidade em relação a questão analisada, pode ser início e fim, recomeços, é uma carta de movimento.





Lady Frieda Harris ficou conhecida após o desenvolvimento do tarot, aos sessenta anos, ela nasceu em Londres e foi para Índia no fim da vida, estudou geometria sintética projetiva baseada em Goethe e se tornou discípula de Crowley, entrando para a Ordo Templi Orientis já no grau IVº (O Grau do Homem da Terra: Perfeita Magista) por sua iniciação anterior em outro sistema; com a proximidade o mestre Crowley a ensinou dobre oraculações e como disciplina escolheu o I Ching na época.



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A princípio o deck seguiria próximo aos tradicionais existentes mas Harris o incentivou a acrescentar mais com seu conhecimento mágico, ela também contatou seus contatos na sociedade para financiamento das exibições de catálogos e pinturas para a publicação do tarot, ela se entregou por completo ao usar da sua arte para traduzir em desenhos que fora solicitado, fez diversas correções e princípio quis manter o anonimato.


Em 29 de maior de 1942 Crowley escreveu para Pearson (fotogravador do deck): "Gostaria de enfatizar que sou absolutamente devotado a Lady Harris e tenho a evidência de incontáveis atos de bondade de sua parte, indicando que seus sentimentos por mim são semelhantes". Harris esteve bem próximo do ocultista até o fim da sua vida, o visitou frequentemente e fez um esboço a lápis de Crowley no leito de morte.



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Após a morte dele ela escreveu para Frederic Mellinger, da O.T.O Alemanha, mais precisamente em 7 de dezembro de 1947 dizendo: "Ele foi bem cuidado. O fiz ter uma enfermeira há cerca de três meses (...) eu o vi quando ele morreu, mas ele não me reconheceu (...) não houve luta, ele apenas parou de respirar. Vou sentiu muito a falta dele, uma perda insubstituível. Amor é a lei, amor sob vontade, com os melhores cumprimentos, Frida Harris".


Ambos não viveram tempo suficiente para ver o baralho impresso, ele faleceu em 1947 e ela em 1962, a primeira versão foi impressa somente em 1969.



O Livro de Thoth


 

Como pode ser observado na foto ao lado, Crowley cita Harris no Livro de Thoth, ela jamais foi omitida ou descreditada da criação desse magnífico projeto.


No livro, Crowley define as correspondências do tarot e o descreve como um retrato simbólico do universo, definindo:


AChD, unidade (1 + 8 + 4 = 13), e AHBH, amor (1 + 5 + 2 + 5 = 13). Isto indicaria que a natureza da unidade é o amor. Daí, IHVH Jehovah (10 + 5 + 6 + 5 = 26 = 2 x 13).


Portanto Jehovah é unidade manifestada na dualidade, e assim por diante. Uma importante interpretação do Tarot é que ele é um Notariqon da Torah hebraica, a Lei, e também de ThROA, o portal. Ora, pelas atribuições yetziráticas (ver tabela no final), pode-se ler nessa palavra “O Universo”, o sol recém nascido, zero.


Esta é a verdadeira doutrina mágicka de Thelema: o zero é igual a dois. Do mesmo modo, pela Gematria, o valor numérico de ThROA é 671 = 61 x 11. Ora, 61 é AIN, nada ou zero, e 11 é o número da expansão mágicka; desta maneira, também, consequentemente, ThROA anuncia aquele mesmo dogma, a única explicação filosófica satisfatória do cosmos, sua origem, modo e objeto.


Um completo mistério circunda a questão da origem deste sistema; qualquer teoria que satisfaça os fatos exige hipóteses que são inteiramente absurdas. Para explicá-lo cabalmente é preciso apresentar como postulado, no pretérito obscuro, uma fantástica assembleia de doutos rabinos que solenemente calcularam todos os tipos de combinações de letras e números e criaram a língua hebraica com base nessa série de manipulações. Tal teoria é francamente contrária não apenas ao senso comum como também aos fatos históricos e a tudo que conhecemos acerca da formação da língua.


E, não obstante, há uma evidência igualmente forte de que existe algo, não um pouco de algo, mas muito de algo, um algo que exclui todas as teorias de coincidência plausíveis, na correspondência entre palavras e números.


Constitui fato inegável que qualquer número não é meramente um a mais que o número anterior e um a menos que o número subsequente, mas sim uma ideia individual independente, uma coisa em si, uma substância espiritual, moral e intelectual, não apenas equiparável a qualquer ser humano, mas muito superior.


 Suas relações meramente matemáticas são realmente as leis de seu ser, mas não constituem o número, tanto quanto as leis químicas e físicas da reação na anatomia humana não proporcionam um retrato completo de um homem.


As cartas da corte representam os próprios elementos, cada elemento dividido em quatro sub-elementos:


  • Cavaleiro de Bastões: Fogo do fogo

  • Rainha de Bastões: Água do fogo

  • Príncipe de Bastões: Ar do fogo

  • Princesa de Bastões: Terra do fogo

  • Cavaleiro de Copas: Fogo da água

  • Rainha de Copas: Água da água

  • Príncipe de Copas: Ar da água

  • Princesa de Copas: Terra da água

  • Cavaleiro de Espadas: Fogo do ar

  • Rainha de Espadas: Água do ar

  • Príncipe de Espadas: Ar do ar

  • Princesa de Espadas: Terra do ar

  • Cavaleiro de Discos: Fogo da terra

  • Rainha de Discos: Água da terra

  • Príncipe de Discos: Ar da terra

  • Princesa de Discos: Terra da terra



O ARRANJO DE NÁPOLES


61= 0.


61+146 = 0 como (espaço) indefinido.


61+ 146 + 207 = 0 como base de vibração possível.


1. O ponto: positivo, contudo indefinível.

2. O ponto: distinguível de 1 outro.

3. O ponto: definido por relação a 2 outros. O abismo – entre o ideal e o real.

4. O ponto: definido por 3 coordenadas: matéria.

5. Movimento (tempo) - Hé, o útero, pois somente através do movimento e no tempo podem os eventos ocorrer.

6. O ponto: agora autoconsciente, porque capaz de definir a si mesmo nos termos acima indicados.

7. A ideia do ponto de êxtase (Ananda).

8. A ideia do ponto de pensamento (Chit).

9. A ideia do ponto de ser (Sat).

10. A ideia do ponto de si mesmo, preenchido em seu complemento, como determinado por 7, 8 e 9.


Shin, Mem e Aleph: são as três letras mães do alfabeto hebraico e representam os três elementos ativos, sendo Shin atribuído ao ar e ao espírito.


Beth, Gimel, Daleth, Kaph, Pé, Resh e Tau: são consideradas letras duplas e presentam os sete planetas sagrados, sendo tau associado com a Terra e com Saturno.  


Hé, Vau, Zain, Cheth, Teth, Yod, Lamed, Nun, Samekh, Ayin, Tzaddi e Koph: são as doze letras restantes que representam os doze signos do zodíaco.  



Recomendações



Para compreender o Tarot de Thoth é recomendável o básico de instrução sobre Thelema, astrologia e cabala.

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